.Esta monografia, a mais completa já publicada sobre a obra do arquiteto brasileiro Paulo Mendes da Rocha, está estruturada em vários capítulos que, seguindo uma rigorosa ordem cronológica, apresentam os projetos enfocando diversos temas: os anos de formação acadêmica e as primeiras experiências profissionais; a relação que sua arquitetura estabelece com a chamada 'escola paulista'; o papel central da casa unifamiliar em sua obra; a produção nos anos difíceis da ditadura; o renascimento do país na segunda metade da década de 1980; as obras da década de 1990; e, por fim, a produção mais recente, logo antes e após ter recebido o Prêmio Pritzker de 2006.
O objetivo deste livro não é só reunir toda a obra do arquiteto, mas também detectar os principais temas que permeiam sua obra: uma concepção peculiar da ideia de 'técnica'; a convicção de que, em última análise, a arquitetura seja um veículo de reconfiguração do território; e a reflexão ininterrupta sobre o componente 'político' da arquitetura. Estamos nos referindo a meio século de produção arquitetônica, que abrange desde suas primeiras obras na década de 1950, passando por sua importante produção nas décadas de 1960 e 1970 - como as casas Mendes da Rocha, Miani, Silveira Melo ou Masetti, e o pavilhão do Brasil na Exposição Universal de Osaka - e nas décadas de 1980 e 1990 - o Museu Brasileiro da Escultura (MuBE), a loja Forma, a Praça do Patriarca ou a Pinacoteca do Estado - até chegar às obras mais recentes, como o projeto para o Museu Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro, o campus universitário de Vigo ou o Museu dos Coches de Lisboa.
Paulo Mendes da Rocha (Vitória, Espírito Santo, 1928) obteve o título de arquiteto pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Mackenzie, São Paulo, cidade na qual tem desenvolvido sua carreira profissional. No início da década de 1960, João Vilanova Artigas convidou-o para ser seu assistente na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU/USP). Mendes da Rocha tem proferido palestras em diversas universidades do mundo inteiro, e sua obra tem sido objeto de diversas publicações brasileiras e estrangeiras (entre as quais se destaca o número monográfico que a revista 2G lhe dedicou em 2008). Participou nas VI, X e XX Bienais de Arquitetura de São Paulo (1961, 1968 e 1988, respectivamente), na VII Bienal de Veneza (1993), na V Bienal de Havana (1994) e na X Documenta de Kassel (1997). Entre os prêmios mais recentes que recebeu cabe destacar: Prêmio pela Trajetória Profissional na I Bienal Ibero-Americana de Arquitetura (Madri, 1998), Prêmio do Ministério da Cultura Brasileiro (1998), I Prêmio Mies van der Rohe de Arquitetura Latino-Americana por seu Museu Brasileiro da Escultura de São Paulo (1999) e o II Prêmio Mies van der Rohe de Arquitetura Latino-Americana pela Pinacoteca do Estado de São Paulo (2000). Em 2006 recebeu o Prêmio Pritzker, da Hyatt Foundation
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